quinta-feira, 21 de junho de 2012

Exposição de fotografia em Londres - Saatchi Gallery






 Foto de David Benjamin Sherry


 Foto de Katy Grannan


Eu gosto muito da Saatchi Gallery em Londres. Gosto de ir lá ver arte contemporânea. Gosto sobretudo porque lá é um dos poucos lugares que conseguem me surpreender. É diferente quando se vai a um museu como a National Gallery, que é um dos cinco melhores do mundo, com certeza. Mas na National Gallery você vai para "fruir" arte, se deleitar, se deslumbrar, comprovar, conferir o talento fascinante dos maiores artistas de todas as épocas. Você vai lá apreciar uma obra-prima, tenha ela 100, 200, 500 anos. É maravilhoso, eu simplesmente adoro, tanto é que esse foi um dos motivos pelo qual escolhi Londres para ser o lugar do meu ano sabático, mesmo com a libra muito mais valorizada do que o dólar.

Mas na Saatchi eu vou para me surpreender. Para saber o que está por vir, o que vai influenciar pelos próximos anos artistas jovens do mundo inteiro. É uma experiência inigualável! Desta vez não foi diferente. Fui lá conferir uma exposição de fotografia - "Out of focus - Photography" - uma brincadeira já no título, "fora de foco". A exposição é excelente! Incrível! Tem fotos de 38 fotógrafos de várias partes do mundo, com trabalhos criativos, inventivos, geniais! Há colagem, montagem, interação com design gráfico, photoshop, de tudo um pouco, além, claro, muitas fotografias de primeira linha. A cada sala, um olhar novo, uma nova abordagem, uma nova proposta. O trabalho de uma fotógrafa, Katy Grannan, de São Francisco, é de uma força impressionante! Ela fotografa pessoas - Anônimas - o nome do trabalho, como elas são, nuas e cruas. Olhem de novo a foto dela acima é dela, olhem a expressão no rosto dessa "anônima" de uns 90 aninhos ...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Arte Invisível tem exposição em Londres




O museu Hayward Gallery de Londres (em Southbank Centre) está com uma exposição de arte invisível. Isso mesmo, INVISÍVEL! Segundo foi divulgado, o objetivo é "quebrar paradigmas". Estão expostas 50 peças (invisíveis) na exposição. Ah, e não é gratuita: a criatura tem que pagar 8 pounds (cerca de R$ 25,00) para ver o ... invisível. Leio que uma das obras tem como título "1000 horas para olhar". Trata-se de um pedaço de papel em branco.

Tem outra "obra" que parece ser ainda mais interessante: "O show do ar-condicionado": você entra em uma sala larga e branca que só não está vazia porque lá estão dois aparelhos (brancos) de ar condicionado trazendo ar fresco. Legal, não? Uma das fotos publicadas nos jornais londrinos mostra uma visitante, de preto, em pé ao lado de tanta brancura ... (risos). O jornal faz uma ironia, sugere que se a temperatura esquentar (o que ainda não ocorreu exatamente aqui nesta chuvosa Londres), as pessoas deveriam dar uma olhadinha nessa obra da exposição.

 Este post é o primeiro post no blog no qual falo sobre uma exposição à qual eu não fui, mas tenho certeza de que meus (poucos) leitores compreenderão (rs). Como ainda há outras importantes exposições para ir, acho que voltarei ao Brasil sem visitar a invisível arte. 

Não li tudo o que os jornais publicaram a respeito, claro. Mas vi que as opiniões são díspares. Para um, trata-se de uma exposição "inesperadamente profunda". Outros tentam orientar os visitantes com informações sobre o que irão encontrar e há tablóides que v ão logo avisando que "não há muito o que ver" na dita exposição . Após alguns passos percorrendo a exposição "Art About the Unseen 1957-2012", alguns poderão imaginar que a exposição ainda não terminou de ser montada, mas que não se enganem: está tudo lá". Um jornal foi longe na ironia: como a exposição é invisível, por que não fazer uma visita invisível, isto é, não ir, mas contemplar as ideias expostas no museu de sua poltrona em casa.

A exposição ficará até 6 de agosto.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Lucio Fontana na Tate Modern




Lucio Fontana é um artista, pintor e escultor argentino-italiano (1899/1968). Foi um dos integrantes do movimento arte povera. Suas obras transitam por vários estilos, do barroco ao cubismo e futurismo. Em 1947 vai morar em Milão, onde cria o Movimento Espacialista. A partir de 1948 ele começa a pintar em uma só cor e a "maltratar" as telas, fazendo rasgos, buracos na tela. É a primeira vez que um artista "ataca" a superfície da tela. Fontana introduz em seus trabalhos a noção de espaço, de profundidade e é um dos primeiros artistas a falar em arte conceitual, que privilegia a idéia no lugar da obra executada.

A tela "Waiting", pintada em 1960 está na Tate Modern, em Londres, é classificada como um de seus "conceitos espaciais". Ao lado do quadro pode-se ler um texto do neurocientista Colin Blakemore sobre essa tela de Lucio Fontana.  Transcrevo suas palavras:"O que acontece aqui? Um quadro cortado na Tate Modern! Mas não chame a polícia. Em vez disso, reflita sobre a natureza das pinturas. Elas são paradoxos - objetos ambíguos com múltiplos significados. A pintura é um objeto em si ("a picture is a thing in its own right"), uma pedaço de lona espichada e comprimida em uma moldura. Mas os pigmentos de tinta ou outros materiais que são espalhados em sua superfície evocam outras coisas, percepções imaginadas. A superfície é plana, embora as impressões criadas possam ser sólidas. A superfície do quadro está aqui e agora; as percepções podem estar no passado, no futuro, no céu ou no inferno. A pintura de Lucio Fontana força o visitante a confrontar o paradoxo. A ausência de pigmento disfarça a ríspida realidade de sua pintura. E o talho nos permite perscrutar o espaço por trás disso - apenas para encontrar não um outro mundo, o próprio espaço. Fontana provoca o cérebro. Ele glorifica o ato anárquico de violência contra o Nada. Ele desafia a nossa confortável noção do que é uma obra de arte".

THE LEDBURY - Londres

O restaurante The Ledbury, em Londres, tem duas estrelas no Guia Michelin. Mais do que merecidas! Fica em Notting Hill e o chef é o australiano Brett Graham. Leio que passou do 34o lugar para o 14o entre os 50 melhores do mundo. O Ledbury estava na minha lista há meses e superou minhas expectativas. A comida é impecável. Saborosa, criativa, perfeita. O serviço é também admirável, profissional e atencioso na medida, sem invadir a privacidade da conversa dos comensais.

O restaurante foi aberto em 2005. Em 2011 passou a integrar a lista dos 50 melhores do mundo, e subiu mais de 20 pontos este ano. 

Vamos aos pratos: como entrada, pedi Codorna assada com lentilhas e tirinhas de presunto; minha irmã o Mackerel grelhado e meu sobrinho Aspargo branco com presunto de pato cozinhos no chá Earl Grey e parmesão.

Codorna:


Aspargos brancos:


Pratos principais:

Filetes de carne de veado de Berkshire com beterraba branca e molho de tutano defumado. S-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l!


Peito de pombo assado, com folhas vermelhas e legumes, Foie Gras e cerejinhas.


Sobremesas saboreadas:

Suflê de maracujá com sorvete de Sauternes! (deliciosa, vou lembrar desse sabor por muito tempo ...)



Torta de açúcar mascavo com uvas e sorvete de gengibre:


Parfait de flores secas com morangos selvagens, chocolate branco, e tapioca quente com baunilha: (não sei se dá para ver direito a "arvorezinha" feita para decorar).