quarta-feira, 28 de março de 2012




David Hockney ... Um pintor inglês que nasceu em 1937 e que nos anos em que estudei História da Arte no Brasil ( cursinho livre, com a artista Vera Pugliese, hoje docente da UnB), eu lembrava dele como sendo o autor de um importante livro sobre a luz e a perspectiva na história da pintura. Um livro importante, capa dura, acho que no Brasil foi editado pela Cosac&Naify, e que eu NUNCA li.  Chama-se "O conhecimento secreto". Lembrava dele também por um de seus quadros - "The big splash" - aquele da piscina, muito Califórnia, muito azul turquesa, lindo. E por aí ficavam meus conhecimentos sobre ele, eu que lia muito (e leio até hoje) sobre arte. Então, anos depois, 2012, estou aqui em Londres por um tempo estudando inglês e leio que David Hockney está com uma exposição na Royal Academy of Arts ... fevereiro, dias antes de retomar meu curso, meu sobrinho Fernando está aqui e vamos juntos ... UAUUUUUU!!!! Uma linda, maravilhosa, vibrante, colorida surpresa!!! A exposição é um show! David Hockney é um monstro! Maravilhoso! Pinta paisagens e você fica deslumbrado. A exposição é uma explosão de cores, chega a você, fala com você, mexe com seus olhos, com a sua alma, é surpreendente! Linda, linda, o cara é um show! Dias depois, vejo um documentário sobre ele na BBC londrina. Ele falando sobre a exposição ... Algo ... indescritível ... Recomendo para quem eu posso, para quem eu encontro: "Vão, não deixem de ir, é maravilhosa!!!" Hoje voltei lá, com pessoas queridas, todas adoraram, foi muito  bom ... David Hockney é ... um artista como poucos. Sua arte é contagiante e se comunica com pessoas de todas as idades - crianças olhavam as cores das telas, riam, pareciam gostar. As pessoas mais velhas também pareciam estar tendo muito prazer, gratas por estarem lá. Um grande artista é para isso - o seu talento nos ajuda a viver melhor, a se sentir melhor. Se puder, não perca!!! Se daqui a alguns anos acontecer de você ler em algum jornal da sua cidade que uma exposição de um inglês de nome David Hockney está por lá ... NÃO PERCA!!!!



domingo, 11 de março de 2012

O Casal Arnolfini, de Van Eyck




Neste sábado, 10/03, fui fazer a visita guiada na National Gallery. Para uma amante da arte como eu é o programa dos sonhos. Um professor de História da Arte 'passeia' com você em volta de cinco, seis obras-primas do acervo fantástico da National Gallery, explicando a obra e contextualizando o trabalho do artista na época em que foi pintado. Em média ficamos uns 15 minutos em frente cada tela. E isso, pasmem, é de graça. Tem todos os dias, às 11h30 e às 14h30. A visita dura uma hora. 
Um dos quadros que 'visitamos' ontem foi 'O Casal Arnolfini', pintado em 1434 pelo artista flamengo Jan Van Eyck. É um quadro pequeno, pintado em carvalho. E é impressionante. Tem sido alvo de muita discussão sobre o que representaria a cena - talvez o casamento do rico banqueiro italiano Arnolfini, residente em Bruges na época. "Mas a mulher está grávida!" - observa uma senhora. "Talvez não seja gravidez mas a moda da época" - responde o historiador.
Mas o quadro é tão famoso por outras razões. Os críticos dizem que a obra reflete fielmente as características do estilo do gótico flamengo. No pequeno quadro, Van Eyck pinta detalhes com precisão microscópica, aponta o historiador. Dá até para se ver os pelos do cachorrinho nos pés da 'Madame Arnolfini'. O pintor conseguia isso por usar óleo para fazer esses enfeites. No espelho do fundo estão representados (isso não consegui ver ontem, hehehe, não estava TÃO perto assim do quadro) cenas da Paixão de Cristo, de outras pessoas e a vista de Bruges. Os flamengos eram orgulhosos da riqueza que haviam conseguido e o quadro mostra detalhes que representam bem-estar: finas roupas e móveis.
A tela mostra ainda a preocupação com a luz e com a perspectiva, que seriam próprias de van Eyck. Ele estaria acima do seu tempo, dizem os livros sobre o pintor. Li também que Velásquez teria se inspirado nesta obra para pintar "A Familia de Felipe IV"
É uma bela maneira de se aprofundar o conhecimento de arte e de história, não é mesmo?


domingo, 4 de março de 2012

Quiet songs

Quiet songs

Para se deliciar! (Clique para ouvir)

Café perfeito


Pois é, quem me conhece sabe que sou cafélotra! Adoro café. Só não tomo mais café porque sei que tenho que moderar, ir com calma. Mas estou sempre lendo sobre café, provando todos os novos "blends" que encontro pela frente. Imaginem então agora que estou passando um tempo aqui em Londres!
Este post é para dizer que os "experts" daqui estão todos aderindo a uma cafeteira manual chamada Aeropress. Foi inventada por um americano da California. O grande segredo desta cafeteira é que ela consegue obter os sabores complexos dos cafés espressos com a textura do nosso cafezinho brasileiro, o nosso café coado. Pois é! Eu provei um desses num Café em Brasilia, e achei delicioso. Esses dias (quinta passada) saiu uma enorme matéria no The Times com os grandes baristas daqui dizendo que é a perfeição.
A grande notícia é que não é caro. Aqui sai algo em torno de 15 pounds, não sei no Brasil. Procurem no Youtube - Aeropress Isabelas Raposeiras. A barista de São Paulo tem um video bem didático explicando como se faz o café com Aeropress.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Lucian - Carne - Freud

A exposição dos retratos do Lucian Freud está na National Portrait Gallery, até 27 de maio de 2012. Olha, só vou dizer o seguinte para vocês. É impressionante! As telas, ou melhor, os retratos - pequenos, médios, grandes, ENORMES - chegam até você, chocam. Lucian Freud, artista inglês do qual eu não sabia muita coisa além da informação de ser neto do Sigmund Freud é um pintor de retratos, um dos melhores, acho que o melhor que eu já vi. A exposição mostra 130 retratos pintados por ele desde os primeiros trabalhos até os mais recentes. Eles penetram na sua pele. Olhe-os, deixe que eles entrem mesmo no fundo de seus olhos, de seu corpo, sinta a força das pinceladas, da escolha da palheta das cores, sinta Lucien Freud.Você está diante de um enorme, de um gigante, de um mestre. Ele é tão bom que porá você em xeque com seu senso estético, você ficará um pouco tonto, sem saber se o quadro na sua frente é bonito ou horroroso, sem saber direito o que você está sentindo. Não se impressione com isso, siga em frente, respire, olhe o livrinho, volte a olhar as telas, são todas magníficas. Cada retrato exposto ali vale por uma (2,3?) aulas de pintura, das boas. Sabe o que mais? Foi um belo negócio os 12 pounds do ticket. Carne fresca, arte fresta e eterna, foi isso que você viu, além de ter sentido balançar a sua noção de beleza. Aquela mulher esquálida, de olhos grandes e pele branca/acinzentada não era bonita? E se não era, qual o problema? Se puder, não perca! Lucien Freud, National Portrait Gallery, Londres, até o final de maio!

Voltando, daqui de Londres

Olá ... Resolvi retomar este blog porque tenho sentido muita vontade de compartilhar com amigos este meu tempo fora do Brasil. Desde julho de 2011, estou num sabático em Kingston Upon Thames - UK (fica na Grande Londres) e estudo inglês em Richmond, pertinho daqui.
Como adoro arte, tenho ido a muitas exposições maravilhosas - Leonardo da Vinci, David Hockney, Lucien Freud, entre muitas outras - e vou compartilhar minhas impressões sempre que puder.
Londres está na agitação habitual. Não há frio nem chuva (muito pouca, por sinal) que afaste as pessoas das ruas, dos bares, dos cafés. E que cafés! Eles vem em blends selecionados de todas as partes do mundo. Há restaurantes de todos os tipos de comida.
Os fantásticos acervos dos museus (mais importantes coleções do mundo) estão à nossa disposição, de graça! Vou ir contando de tudo um pouco - arte, gastronomia, enologia, literatura, Londres, tendências e novidades. Bom proveito!